A ideia de proibir os toiros tem três pontos que, de todo, não posso partilhar: limita a liberdade de alguém que faz algo porque o deseja e não porque é obrigado; encerra o desprezo pelos valores culturais catalães e nacionais; e, tem uma ideia errónea tanto de passado como da cultura espanhola e do sentimento de pertença.
Pere Gimferrer
Suerte de Muleta
La Cogida
La Estocada
Despues de la Estocada el Torero Señala la Muerte del Toro
Muerte del Toro
El Arrastre
El Torero Sale en Hombros de los Aficionados
Na última corrida da Feira de San Mateo em Logroño foram lidados seis toiros de Angel Sánchez y Sánchez pelos cavaleiros João Salgueiro, Pablo Hermoso de Mendonza e Sérgio Dominguez.
O cavaleiro de Valada voltou a demonstrar o bom momento que atravessa e, apesar de não ter cortado nenhum troféu, deixou excelente ambiente junto do público que preenchia a quase totalidade da praça de Logroño. Zamorino no primeiro toiro e Opus no segundo do seu lote foram uma vez mais os colaboradores ideais de Salgueiro e que permitiram demonstrar a sua raça e querer.
Pablo Hermoso foi uma vez mais o triunfador da tarde, tendo cortado uma orelha em cada um do seu lote.
Completava a terna Sérgio Dominguez que foi silenciado em ambos, apesar de rubricar duas lides que entusiasmaram o público perdeu os troféus na hora de matar.
Publicado em taurodromo.com
Calça justa bem 'sticada
Já manchada p'lo selim,
Polainas afiveladas.
Antigamente era assim;
Mantas de cor nas boleias (ai)
P´ras toiradas e pr'a ceias.
De milorde aguisalhada,
À cabeça da manada
Trote largo e para a frente,
Com os seus cavalos baios,
As pilecas eram raios
Fidalgos iam co'a gente.
E p'la ponte de Tornada
Por lá é que era o caminho
Bem conduzindo a manada
A passo, devagarinho,
E quem mandava o campino (ai)
Era o mestre Victorino.
Praça cheia, toca o hino
É dos Gamas, gado matreiro
Victor Morais, o campino,
Anadia, o cavaleiro
Que sortes tão bem mandadas
Haviam nessas toiradas.
Nos tempos que não vivi
Findavam as brincadeiras
Nas barracas do Levi
Com dois tintos das Gaeiras
Entre cartazes, letreiros
Com toiros, cavaleiros
Citando al Toro a Banderillas Sentado en una Silla
Citando al Toro con el Rejón
Clavando un par de Banderillas
Suerte de Varas
Lembram-se do cavaleiro Paulo Jorge Ferreira? É da Azambuja e recebeu a Alternativa numa Corrida TV. Fez furor quando apareceu. Deu nas vistas ao revelar invulgar exuberância, irreverência própria de uma nova juventude e estilo entre a ‘arte marialva’ e o rejoneio dos espanhóis.
Não nasceu em berço rico, antes pelo contrário. Família modesta, só com recursos mínimos e sacrifícios máximos para alimentar sonhos. Um dia ‘disparou’ a caminho do estrelato. Tal como tantos outros, foi ‘encostado’ e mais depressa esquecido. Mas o Mundo dá muita volta... E deu para Paulo Jorge Ferreira! Lá longe, na Califórnia, procurou caminho.
Chegou humildemente e como gente de bem. Venceu! Ao serviço da coudelaria de Jorge Martins (‘cabo’ dos Amadores de Turlock, vencedores do Concurso de Pegas de Lisboa), prepara cavalos locais e adquiridos em Portugal.
É ídolo das multidões, sobretudo dos milhares de jovens que vibram com corridas de toiros. Hoje parece feliz e desfruta. Entretanto, nos EUA, todos os que lá vão são anunciados como “de Portugal”, mas ele é gritado aos microfones como “Paulo Jorge Ferreira, cavaleiro de Hilmar City!”
Maurício do Vale in Correio da Manhã, 23 de Setembro de 2009