28 de Abril de 2012

Um pouco de história

 

O espectáculo tauromáquico tem uma origem comum em toda Península Ibérica, e passou por uma longa evolução desde a Idade Média aos nossos dias, ganhando em arte, perdendo em crueldade e mantendo uma enorme carga sociocultural e religiosa.
Desde os princípios do século XVII que o toureio começa a estabelecer as suas bases, embora apenas no que se refere à lide a cavalo, com o uso do rojão, consequência da evolução da lança dos torneios mediáveis em que a fidalguia já combatia o toiro, com pouco sentido artístico, mas obedecendo às tradições gerais da cavalaria, coadjuvado a pé, pelos seus criados. A prática do toureio a cavalo era, desde esses tempos, considerada um sintoma de virilidade e de nobreza, obedecendo a preceitos especiais de honra e de cavalheirismo.
Em 1669, Carlos II de Espanha morre sem deixar descendência, sendo o problema dinástico resolvido pelo próprio testamento do monarca que designa para o trono o Duque de Anjou, filho segundo doDelfim de França, que viria a ser Filipe V. de sensibilidade diferente, cedo mostrou o seu desacordo com os espectáculos tauromáquicos e tanto bastou para que os fidalgos, evitando desagradar ao soberano, deixassem de sair a terreiro para dominar e matar toiros. O povo, não sentiu essa necessidade de agradar ao rei e dando largas ao seu entusiasmo, continuou a praticar o toureio, tal como vira fazer aos grandes senhores. Surgem os primeiros profissionais e constroem-se as primeiras praças de madeira, às quais acorre em grande número, um público entusiasta.

A necessidade de abrandar o poder dos toiros, fonte de dificuldades para os lidadores a pé, faz manter o toureio montado, mas com uma feição e objectivo diferente. Deixa-se de utilizar o rojão que é substituído pela vara de castigo (a “puya” dos nossos dias), mas o homem a cavalo, o antecessor do actual picador, continuam a ser a figura proeminente da lide pois os intervenientes a pé apenas mantêm acção de relevo quando empunham o estoque para matar o toiro que, já feridos pela vara, não acometem com o ímpeto indispensável.
A animosidade de Filipe V contra o espectáculo tauromáquico fez com que alguns nobres espanhóis passassem a ser presença assídua em arenas portuguesas, onde o toureio a cavalo florescia, tendo a presença desses nobres espanhóis contribuído para a criação das bases do futuro toureio a cavalo, a partir do tronco comum dos valores das ordens de cavalaria.
O toureio a cavalo em Portugal evolui desde então dentro de um quadro em que a equitação académica renascentista se adapta ao combate cavaleiro-toiro. A essa evolução ficam ligados nomes como os do Marquês de Marialva (1713-1799), Mestre Victorino Fróis, João Núncio (1901-1976), José Mestre Baptista (1940-1985) e João Moura.

Em Espanha o toureio a cavalo (rejoneo) tem um percurso diverso do que se passou em Portugal. O rejoneo vem do campo para a arena. Adapta a uma arena o fulgor das fainas camperas. A equitação de campo, o traje curto a sela de reminiscências árabes e por vezes a garrocha, roupas e instrumentos característicos do campo, entram na arena, onde regressa o rojão, numa forma adaptada às circunstâncias do século XX. Como arte, o rojoneo reaparece nas arena, com D. Antonio Cañero (1885-1952) e vai sempre evoluindo com nomes como os de D. Álvaro Domecq y Diez (1917-2005), Irmãos Peralta, D. Álvaro Domecq y Romero, Manuel Vidrié, até chegar ao esplendor de Pablo Hermoso de Mendoza, ginete que funde na perfeição as escolas portuguesa e espanhola, universalizando definitivamente o toureio a cavalo.
Por outro lado, com a proibição dos toiros de morte, em 1837, abre-se espaço à estruturação dos grupos de forcados que entram na arena para executar a pega de caras, ou de cernelha, depois da lide do cavaleiro, e antes de o toiro ser devolvido aos currais. Os grupos de forcados e a sua forma tão peculiar e única de tauromaquia, desenvolvem-se em Portugal e, nos anos setenta do século XX, começam a constituir-se grupos de forcados no México, por influência portuguesa.
Para além de se disseminar pelas colónias espanholas da América Central e Sul, em Espanha, o toureio a pé evolui até aos altos índices de competitividade corporizados pelas grandes rivalidades históricas que são do conhecimento de todos.


E em Portugal?

Nomeadamente às praças do Campo Pequeno e já antes à do Campo de Santana, vieram todos os grandes nomes do toureio a pé de Espanha, França México, Colômbia, Venezuela e Peru. Estamos a falar de nomes como Lagartijo, Frascuelo, Gallito, Belmonte, Manolete, Marcial Lalanda, Pepe Luís Vazquez, Antonio Ordoñez, “EL Cordobés”, Diego Puerta, Litri, “El Viti”, Paco Camino, “Paquirri”, “Espartaco”, José Tomás, “El Juli”, Enrique Ponce e tantos outros, os mexicanos Rodolfo Gaona, as dinastias “Armilla” e Silvetti, Carlos Arruza, Fermín Rivera, Curro Rivera, Eloy Cavazos, e tantos outros.
Apesar de em Portugal ter predominado o toureio a cavalo, sempre houve grandes aficionados ao toureio a pé, modalidade que também conquistou grandes massas populares. Em Março de 1947, Diamantino Vizeu torna-se no primeiro português a tomar a alternativa de matador de toiros (Barcelona), seguido em Agosto do mesmo ano por Augusto Gomes (Constantina) e por Manuel dos Santos (Sevilha, 15 de Agosto de 1948). Manuel dos Santos, Francisco Mendes e Vitor Mendes são os matadores de toiros portugueses de maior projecção internacional. José Falcão foi o primeiro português a morrer em praça (Barcelona 11 de Agosto de 1974). De 1947 até aos nossos dias foram 34 os portugueses a tomarem a alternativa de matador de toiros.


Toiros de morte em Portugal

O espectáculo de toiros foi proibido em Portugal em 1836, pela rainha Dª. Maria II e de novo legalizado pela mesma rainha na Páscoa de 1837. Todavia desde essa data que ficou decretado o fim das corridas com toiros de morte bem como a obrigatoriedade de os toiros saírem à arena embolados. Contudo e um pouco por todo o lado a proibição dos toiros de morte foi muitas vezes violada.
Nos anos de 1927 e 1933 foram autorizadas a título excepcional corridas integrais (com toiros de morte e picadores) em Lisboa e noutras praças, para fins beneficentes. Todavia, o exemplo não frutificou. Em 1951, Manuel dos Santos matou um toiro no Campo Pequeno, pelo que acabou em tribunal, outro tanto sucedendo em 159 com Antonio dos Santos. No período revolucionário de 1974 e 1975 foram vários os diestros que mataram toiros em Portugal e alguns deles tiveram que enfrentar por esse facto. O último caso de violação da lei aconteceu Setembro de 2001, na Moita do Ribatejo quando “Pedrito de Portugal” matou um toiro, tendo sido condenado em tribunal ao pagamento de uma coima de 100 mil euros.
Na actualidade, estão proibidas em todo o território nacional as corridas com toiros de morte (Lei 19/2002) à excepção das localidades onde haja uma tradição ininterrupta de pelos menos 50 anos. Ora a única localidade portuguesa que cumpre esta condição nestas situações é Barrancos, no Baixo Alentejo em frente a Encinasola onde, pelas festas tradicionais de Agosto, são permitidas corridas com a morte do toiro.


A expansão

Tal como Espanha, que levou os toiros às diversas partes do seu império da América Latina, também Portugal difundiu esta arte pelas suas possessões ultramarinas, mas não só.
Portugal levou a tauromaquia à Ilha da Madeira, aos Açores, (as nossas duas regiões autónomas), Angola, Moçambique e Macau, enquanto territórios sob a sua administração, mas pela diáspora lusitana no mundo levámos também os toiros a França, ao Canadá, aos Estados Unidos, à Indonésia e às Filipinas.
Gostaria de realçar o caso muito particular dos Açores, região atlântica onde existe uma enorme afición, e que organiza, na Ilha Terceira, uma das feiras taurinas mais importantes do território português e cujos emigrantes tanto têm ajudado a divulgar a festa de toiros nos Estados Unidos da América, designadamente no estado da Califórnia.

 

Artigo de Opinião de Dr. Paulo Pereira, Relações Públicas da Sociedade Campo Pequeno, S.A.

 

inhttp://www.regiaoemdireto.com/index.php?option=com_content&view=article&id=128&Itemid=407

publicado por Santos Vaz às 13:05

26 de Abril de 2012

Um Milagre do Bairrismo Vimaranense

 

Há precisamente 62 anos, na madrugada de 28 de Julho de 1947 ardeu completamente a Praça de Touros, onde deveriam realizar-se as Corridas das "Gualterianas". Horas depois do grande incêndio, os vimarenenses impulsionados por extraordinário amor-bairrista decidiram reconstruir a Praça, e o feito concretizou-se com espanto de toda a gente. Tal acontecimento causou brado em todo o país e mesmo além fronteiras...

 

A edição nº809 saída a 3 de Agosto seguinte, relatava deste modo:

«ARDEU A PRAÇA DE TOUROS E, EM 5 DIAS, FICOU RECONSTRUIDA»

Notas dispersas de um grande acontecimento.-« Na madrugada de segunda-feira, irrompeu, com fúria, por causas que ainda se ignoram, um violento incêndio, que ao cabo de uma hora tinha lambido quase completamente a nossa Praça de Touros, mandada construir, este ano, de novo e cuja inauguração tinha sido marcada para hoje.

De nada valeram os esforços dos nossos intérpidos bombeiros que tiveram a coadjová-los os das Caldas das Taipas, nem os populares que ocorreram em grande número ao local do sinistro.

Da nova e elegante praça ficaram apenas os alicerces em pedra, a trincheira e...um montão de cinzas.

A cidade inteira assistiu, emocionada, ao derruir do grande edifício.

Surgiu o desânimo. A cidade, dolorosamente ferida, via que o desastre daquela madrugada vinha ofuscar grandemente o programa das FESTAS DA CIDADE e daí o grande pesar de toda a gente que andava de olhar baixo, meditando.

Começou, porém, de momento, a necessária reacção. A Praça poderia levantar-se de novo, diziam. Desde que se conseguisse materiais e pessoal tudo ainda seria possível, nao obstante estarmos a uma distância apenas de cinco dias.

Foi isto passando de boca em boca até que, levados todos pelo seu grande desejo de contribuírem para a realização desse sonho, se reuniram no Grémio do comércio, às 16 horas, conjuntamente com a Comissão Executiva das Festas, muitos mestres de obras da cidade e conselho e outras pessoas a quem foi posto claramente o problema:

«Será possível dentro destes 5 dias construir-se uma nova Praça?

Ao que responderam em coro :« Desde que as madeiras apareçam sem demora e o pessoal se consiga em grande número, tudo se consegue» Tanto bastou para que tudo se organizasse imediatamente.

Partiram pessoas em todas as direcções: uns a tratar do assunto das madeiras, outros a recrutar o pessoal.

Entretanto, no lugar onde existiu a Praça, compareciam centenas de rapazinhos vindos de todas as ruas que, num gesto digno de registo procediam à limpeza do recinto, onde já se estava a montar o serviço de iluminação eléctrica para o início dos trabalhos.

Enquanto que no Grémio do Comércio numerosas individualidades, á frente das quais os senhores Comendador Alberto Pimenta Machado, António José Pereira Rodrigues, José Rodrigues Guimarães, Eduardo Torcato Ribeiro e outros, estudavam em todos os seus promenores o assunto da construção da nova Praça, agregando elementos indispensáveis, dando instruções e prevendo hipóteses, cá fora, pelas ruas, comentava-se com ar alegre, teciam-se louvores, faziam-se promessas, rejubilava-se, enfim, de tanto entusiasmo.

A «Cabine de Som», instalada na Praça do Toural, levantava ao mesmo tempo o seu apelo, espontâneo e caloroso, em prol do engrandecimento da Cidade, para que todos os vimarenenses, bem unidos, como um só, prestassem a sua colaboração indispensável, no momento, para a construção da Praça de Touros.

Já por essa hora repicavam os sinos festivamente, os mesmos sinos que na madrugada haviam aflitivamente chamado os socorros, e automóveis que tinham também na noite anterior, despertando a cidade com o silvar de suas sirenes, atravessavam agora as ruas, silvando em tom mais alegre.

À noite redobraram de calor as manifestações. Milhares e milhares de pessoas cantando o Hino da Cidade á mistura com acordes musicais de duas filarmónicas - as dos B. V. de Guimarães e das Oficinas de S. José - saíram para a rua. Fizeram-se saudações através de poderosos alto falantes, deram-se vivas, afirmou-se bem alto que o querer é poder e que os vimarenenses tudo podem quando querem.

In Notícias de Guimarães

                                    

Editado pela Livraria Orpheu

Reconstrução em 5 dias da Praça de Touros em Guimarães, por

ocasião das Festas Gualterianas - Ano de 1947

 

in http://livrariaorpheu.blogs.sapo.pt/5536.html

publicado por Santos Vaz às 10:25

21 de Abril de 2012

De Manolo Valdés

 

publicado por Santos Vaz às 10:48

18 de Abril de 2012


O Toiro de Lide é cultura genética.

É um animal criado pelo homem, destinado exclusivamente ao espectáculo tauromáquico. Aquilo que o distingue, no universo da raça bovina, é uma mistura de atributos físicos e temperamentais. Ao toiro de lide exige-se a bravura, resultado da combinação entre a casta e a nobreza. Sem uma das duas, o resultado só pode ser a mansidão, o que dificulta sobremaneira a lide. O trapio é o que impressiona, é o que nos salta à vista. Diz-se que um toiro tem trapio quando reúne as qualidades morfológicas e as condições físicas de um verdadeiro atleta. Os principais rasgos morfológicos para determinar o trapio de um toiro são o tamanho e o peso, a estatura, a conformação do tronco, extremidades, cabeça, cachaço e os cornos.

É um animal que busca a segurança e refugio numa manada. Depois do nascimento e antes de ser desmamado, o bezerro viverá cerca de nove meses alimentado e protegido pela mãe. Dado que a sua madureza sexual se produz aos dezasseis meses aproximadamente, pouco depois de um ano separam-se os machos e as fêmeas, que a partir desse momentos viverão em cercas distintas.

As diferentes idades do toiro de lide têm nomes específicos: añojos (1 ano), erales (2 anos), utreros (3 anos), cuatreños (4 anos) e cinqueños (5 anos). Numa manada estabelece-se uma rigorosa hierarquia. Chama-se mandõn ao toiro dominante e que se impões. Com certa frequência é desafiado por outro membro do grupo para arrebatar-lhe a liderança. Ao toiro derrotado denomina-se abochornado e é atacado e perseguido pelo resto da manada, ficando afastado da mesma, tornando-se violento e perigoso.

O custo da criação de um toiro de lide é bem mais alto que do gado de corte e o preço do destino final (corrida de torios) depende da qualidade e do prestigio da ganadaria.

Existem actualmente, no nosso país, cerca de 110 ganadarias, que empregam cerca de 350 pessoas, entre maiorais, campinos e outros trabalhadores.

O toiro de lide é, a par do cavalo lusitano, que muito se desenvolveu graças ao primeiro, das poucas indústrias pecuárias que Portugal exporta para o mundo taurino. É o elemento principal de uma corrida, verdadeiramente excepcional em todo o reino animal, e tão admirado hoje como sempre o foram os seus antepassados. Hoje apenas existe para a lide e sem as corridas de toiros deixaria de existir. A proibição das corridas de toiros, defendida por algumas associações menos esclarecidas, implicaria por isso, para além do fim de um património artístico e cultural de valor inestimável, a extinção de uma espécie e a consequente perda de todo ecossistema que, hoje só existe e se mantém graças ao toiro de lide.



Por: Bernardo da Costa (Mesquitella) 

publicado por Santos Vaz às 22:05

11 de Abril de 2012

À semelhança do que aconteceu em 1735, 1785, 1821, 1931 e em tantos outros anos ao longo do último século, no próximo dia 6 de Maio, Barcelos voltará a receber uma Corrida de Toiros. Conjugam-se todos os ingredientes para um excelente espetáculo: consagrados cavaleiros tauromáquicos (o carismático e alegre Joaquim Bastinhas, a classicista e elegante Ana Baptista e o jovem, mas seguro, Marcos Tenório), grupos de forcados de créditos firmados (Cascais, Alenquer e Coimbra), toiros de uma prestigiada ganadaria (Cunhal Patrício), receitas a reverter para uma instituição do concelho (Bombeiros Voluntários de Barcelos) e, inevitavelmente, alguma polémica.

Como tem sido comum um pouco por toda a geografia taurina, a contestação já começou e promete mais alguma controvérsia, com troca de argumentos, manifestações e muita demagogia à mistura.

Herdeiros da cultura mediterrânica do sul da Europa, os povos ibéricos e, por influência, muitos latino-americanos, preservaram esta tradição ancestral com origem nos cultos pagãos greco-latinos. Há séculos que a tauromaquia é um tema polémico e fraturante, que apaixona defensores e abolicionistas e cuja discussão se desenvolve em torno de antigos e repetidos argumentos de ordem artística, ética e cultural.

É perfeitamente compreensível que muitos não gostem do que se passa dentro de uma arena e que não compreendam as regras, os valores e os rituais que atraem os aficionados. O que não é compreensível é a tentativa de impedir e proibir este tipo de espetáculos, a intolerância dos movimentos abolicionistas que, tantas vezes, pouco têm a ver com a defesa dos animais, como se viu na Catalunha. Mais, é inaceitável o insulto a todos os que, pagando um bilhete, assistem a corridas de toiros. É disso que se trata quando se usam expressões como tortura ou barbárie.

A discussão em torno da tauromaquia é uma questão de liberdade e respeito. A liberdade de poder assistir a um espetáculo sem ser insultado ou ameaçado, de poder manter as tradições, de as promover, divulgar, defender e transmitir às gerações seguintes. O respeito por uma tradição e uma manifestação cultural genuinamente portuguesa e que, tirando as considerações daqueles que se julgam moral e intelectualmente superiores, se mantém bem viva de Norte a Sul do país, atraindo milhares de aficionados que, nas praças ou nas ruas, vibram com as diversas formas de tauromaquia, desde as populares largadas às tradicionais corridas à portuguesa. Respeito também por uma atividade que preserva milhares de hectares de montado, com um dos sistemas de produção de bovinos mais sustentáveis e com maior bem-estar animal. É necessário lembrar que as vacadas de raça brava são criadas em plena liberdade e com condições incomparáveis às das restantes raças bovinas. Respeito por aqueles que preservam uma raça, que de outra forma seria rapidamente extinta e que permitiram a preservação e melhoramento de um dos mais valiosos produtos portugueses, o cavalo Puro-Sangue Lusitano. Respeito por todos aqueles que, direta ou indiretamente, vivem da tauromaquia, que nela têm o seu sustento e por ela pagam os seus impostos. Respeito ainda por uma atividade marcada pela grande solidariedade dos seus intervenientes que contribuem generosamente para diversas instituições de solidariedade social. Respeito também por todos aqueles que usufruem dessa ajuda.

Como qualquer forma de arte a tauromaquia, antes de ser percebida, tem que ser sentida. É estéril o debate sobre o seu sentido ou atualidade. Como todas as tradições de raiz popular poderá terminar um dia, mas esse fim será ditado pela falta de apreciadores, nunca por decreto.

Numa sociedade que tende à homogeneidade cultural a tauromaquia é uma forma de distinção, de individualismo, de diferenciação. A mobilização para o seu fim não é mais do que uma tentativa de imposição cultural, a propósito de uma pretensa superioridade intelectual. É, por isso mesmo, ilegítima.

Pede-se apenas a liberdade e o direito de assistir ou não às corridas de toiros, de transmitir e explicar os princípios, os valores, as regras e as tradições da cultura taurina, sem insultos ou avaliações de caráter. Pede-se apenas respeito.

publicado por Santos Vaz às 22:10

in Facebook El Toro es Cultura

 

 

Los espectáculos taurinos son una tradición profundamente arraigada en el Perú criollo, mestizo y andino. Representan un elemento central de las fiestas patronales que, a su vez, operan como mecanismos integradores y de cohesión social y cultural.
Las corridas de toros son un espectáculo de masas que no generan manifestaciones violentas, ni actos vandálicos, agresivos o de fuerza dentro o fuera de las plazas de toros. No fomentan, por tanto, una cultura de violencia entre los jóvenes, como se pretende afirmar. Fomentan, más bien, valores y capacidades humanas como la valentía, el heroísmo, la superación ante las adversidades, entre muchas otras.
Una serie de normas ordenan el espectáculo taurino. Así, este se constituye en una liturgia que pone de manifiesto el respeto hacia el toro de lidia y la nítida metáfora que supone un rito en el que el hombre busca imponerse ante la muerte a través de la creación estética y artística.
Pretendemos que se respete la libertad y el derecho de todos a asistir o no a las corridas de toros y de inculcar a nuestros hijos la cultura taurina que algunos consideramos poseedora de un hondo contenido simbólico y artístico, que es formativa y que busca la sensibilidad profunda del espectador.
Asimismo, respetamos a quienes no disfrutan de la fiesta brava y cuya sensibilidad, entendemos, no les permite apreciarla.
Del mismo modo, no aceptamos la intolerancia de quienes propugnan su prohibición. Rechazamos todo intento por abolirla y restringir su desarrollo, así como cualquier actitud que pueda liquidar esta tradición que, como todas, evoluciona por sí sola y que perdurará mientras los pueblos sigan apreciando su contenido y su estética.
Los espectáculos taurinos han sido reconocidos por el Tribunal Constitucional del Perú en mayo de 2011. El Tribunal precisa que no se puede alegar la afectación a derecho constitucional alguno por la sola oferta de dichos espectáculos mientras no se coaccione la asistencia a ellos.
Es deber del Estado promover y difundir el arte y la cultura, y no, como pretenden ciertos sectores intolerantes, proscribirla con argumentos falaces.

publicado por Santos Vaz às 08:58

09 de Abril de 2012

La fiesta tiene un sedimento mediterráneo. En esta cultura del fast-food , del interés comercial, del hágase rico ( o miserable ) y rápido, de las bolsas que caen y suben arruinando familias y países ( mírese desde la grandeza de su rica historia a Grecia y como la han dejado las fichas de los movimientos criminales de un grupo de corredores y financistas inescrupulosos ) , digo, naciones a las cuales les cuesta enfrentar la muerte y por eso les resulta incomprensible para esa cultura anglosajona que huye del toreo y lo denosta sin entrar en su riqueza , en sus valores, en sus tradiciones.

"No quiero vivir en un mundo mono cultural", dijo en el teatro Lope de Vega en Sevilla el ilustre politico inglés en elpregon de la feria de Sevilla.

Esta manera de ver, enender y racionalizar la fiesta es un aporte más a quienes insisten desde la óptica de una pretendida defensa de lo ecológico poner fin a la tauroaquia, desterrarla de la tierra con la acusación de que es una práctica bárbara.


El lord inglés Tristan Garel-Jones, ex exministro de Asuntos Exteriores Europeos y América Latina del Reino Unido, fue enfático en señala que a la Fiesta no se la puede ver desde una óptica eurocentrista . 

Garel-Jones, que fue presentado por el exministro Eduardo Serra, ha hecho un alegato de los valores del mundo taurino en particular y de la cultura latina en general en contraposición a la globalización anglosajona en un mundo que ha desarrollado una "ternura antropocéntrica a favor de los animales".

El pregonero ha comenzado su intervención evocando a Juan Belmonte, de cuya muerte se cumplen hoy 50 años, y recordando una frase del genial diestro trianero, "todo inglés, hasta que no se demuestre lo contrario, es un espía", que ha comparado consigo mismo: "Tengo un pasado criminal -fui político- pero nunca fui espía aunque tuve la suerte de que mis padres vinieron a vivir a España".

El corpus central de su texto se ha basado en la defensa de los valores de la cultura latina denunciando "esa cultura unitaria de valores angloamericanos que rechaza la Fiesta".

"La fuerza de la lengua inglesa y los valores que conlleva amenazan con conducirnos hacia un mundo donde el espectáculo que nos espera en la Maestranza es un mero apéndice olvidado y enterrado bajo el peso de la cultura homogénea que se avecina". 

Así hablaba ayer lord Tristan Garel-Jones durante el pregón inaugural de la temporada taurina, que se celebró, como es costumbre, al mediodía en un abarrotado Teatro Lope de Vega. Risueño y sentimental, con esa ligereza británica tan elegante y mundana, en la evocación de sus primeros contactos con el mundo de la Fiesta y en su declaración de amor a España, donde vivió en su niñez y en su juventud y donde encontró en los años 70 a la que sigue siendo la mujer de su vida, el diplomático y político galés -ex ministro de Asuntos Exteriores Europeos y América Latina del Reino Unido- optó no obstante por pronunciar finalmente un discurso de tono más analítico, que en ocasiones, aunque sin elevar jamás la voz ni mutar el gesto, adquirió una contundencia y un grosor notables. 

Así fue, por ejemplo, en su llamamiento a la resistencia de los aficionados taurinos ante la incomprensión y los ataques promovidos por sus detractores. "La defensa de los toros -proclamó- ha de ser la punta de lanza del contraataque" contra una "cultura global homogénea de habla inglesa" hacia la que "en el siglo XXI estamos caminando", lamentó, "casi como sonámbulos". 

Ello implica el triunfo de unos "valores anglo-norteamericanos cuyo rechazo a la Fiesta es tan visceral como equivocado". Ante este panorama, lord Garel-Jones advirtió de que "ha llegado el momento de organizarse con la cabeza alta". "No necesitamos que nos den lecciones de moralidad quienes gastan millones en collares de diamantes para perros", afirmó después de haber enumerado una serie de prácticas "excéntricas", "jocosas" o "ridículas" y "a veces rayanas en la inmoralidad", de algunos defensores de los animales, ajenos o indiferentes, en su opinión, a los "niños que mueren de hambre en muchas partes del mundo". 

Esto lo dijo tras recordar que él mismo es miembro de la Real Sociedad Protectora de Aves de su país y tras realizar otra declaración aclaratoria: "Vaya por delante -afirmó- que quienes defendemos la Fiesta rechazamos todo abuso o vandalismo contra la naturaleza, sean animales, árboles, flores, plantas o el medio ambiente. Como dice la canción flamenca: maldita sea la mano que mata un perro".

Sucesor en ese mismo atril de figuras de la talla del escritor y Premio Nobel Mario Vargas Llosa, del arquitecto Rafael Moneo o del pensador Francis Wolff, el pregonero de este año aseguró que muy pronto en su vida se acostumbró a visitar Las Ventas. "Ya de niño me di cuenta de que esto de las corridas eran una cosa seria. No era como ir al fútbol. 

Ni siquiera como el cricket, que como deben de saber ustedes es el deporte más serio y más divertido del mundo. No: aquí se trataba de palabras mayores", continuó el diplomático, quien tras cantar las esperadas alabanzas a Sevilla -"pieda angular de la historia y la cultura de la Europa actual"- fue ya al fondo de su discurso, marcado por su condición de conocedor de dos culturas, la anglosajona y la hispana, que en esta materia parecen tantas veces condenadas a no entenderse. 

¿Por qué ocurre esto?, se preguntó. "La Fiesta nos obliga a contemplar dos cosas fundamentales de la vida: la muerte y la diferencia entre un ser humano y el resto de la Creación", dijo lord Garel-Jones, y precisamente esto es lo que no ha comprendido el mundo anglosajón, en el que "ya no son capaces de mirar a la muerte a la cara, incluso apenas son capaces de pronunciar la palabra". 

Esa dimensión profunda y elevada es lo que hace que la tauromaquia no sea "un deporte" sino "un arte que nos plantea cuestiones fundamentales sobre la vida", señaló, y por este motivo el antiguo tesorero de la reina Isabel II quiso reivindicar, tanto como a Velázquez y Murillo, a los Machado, Cernuda y Aleixandre, a Joselito y Curro Romero, a Sánchez Mejías y a Pepe Luis y Manolo Vázquez; incluso estableció un paralelismo, por su coincidencia en la misma época, entre la ruptura que representaron, cada uno en su disciplina, Kandinsky, Shönberg o James Joyce, y la que encarnó en las arenas de los cosos Juan Belmonte. 

"Quienes hemos visto a Antonio Ordóñez en un desplante ante un toro bravo sabemos que lo fundamental de la vida es aprender a mirar a la muerte a la cara y caminar hacia ella con dignidad", añadió, para tratar de demostrar que en definitiva uno puede encontrar lo mismo aunque diferente viendo una faena que leyendo unas reflexiones de Wittgenstein.

"Conste que no reniego ni un solo momento de mi cultura anglosajona. Delante de ustedes habla un británico que procura leer todos los días un soneto de Shakespeare, que se ha regodeado en las novelas de Jane Austen y Dickens, los poemas de Dylan Thomas y Walt Whitman, en el cine de los hermanos Coen y en la música de Elvis Presley, los Beatles y Dolly Parton", matizó. "Pero, señores -retomó acto seguido-, no quiero vivir en un mundo monocultural, y la cultura hispanolatina, con el segundo idioma más hablado en el mundo libre, es la única que puede hacer un contrapeso al avance arrollador de la anglosajona". 

Al margen de esa relación esquiva con la muerte que se da en el ámbito anglosajón, hay otras explicaciones para que "las mentes anglosajonas" no puedan tolerar las corridas. Está, por ejemplo, el antropomorfismo, "esa tendencia a atribuir características y sentimientos humanos a los animales"; y "ese sentimiento animalista lo llevan los ingleses en su ADN", dijo. En la infancia tiene un pase, vino a decir, pero también ocurre "en el mundo adulto", y en este punto dedicó no pocos minutos a repasar esa clase de titulares que cualquiera, efectivamente, juzgaría de entrada como extravagantes, como aquel estudio de la Universidad de Londres que demostraba al parecer que las cabras adquieren el acento regional del lugar donde viven.

Una vez constatado, en todo caso, que "los Gobiernos de España, toreen con la mano derecha o con la izquierda, son solidarios con la Fiesta", el diplomático galés animó a los buenos aficionados a tomar la iniciativa en la "tertulia global" que se establece en internet, donde tantos se afanan, lamentó, en que se acepte "como hecho consumado que la Fiesta es un deporte cruel y sanguinario". "No permitamos que los toros sean arrollados por el globalismo", exclamó el pregonero antes de concluir su intervención.

"Yo no quiero vivir en un mundo monocultural", ha exclamado Garel-Jones, para recalcar que "la Fiesta debe ser la avanzadilla del contraataque de esa globalización, precisamente por la incomprensión que suscita en las mentes sajonas".

 

in http://www.caracol.com.co/tendido7/el-ex-ministro-ingles-lord-garel-jones-pronuncia-un-bello-alegato-en-favor-de-la-fiesta-denuncia-la-globalizacion-que-quiere-erradicarla-de-la-faz-de-la-tierra/nota/1666637.aspx

publicado por Santos Vaz às 22:26

07 de Abril de 2012

in Facebook de Fotografia taurina

 

 

 

 

publicado por Santos Vaz às 11:40

06 de Abril de 2012

publicado por Santos Vaz às 23:28

02 de Abril de 2012

publicado por Santos Vaz às 07:56

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