30 de Agosto de 2012

Viana do Castelo voltou a receber uma Corrida de Toiros no passado dia 19 de Agosto, depois de alguns anos privada de receber este espectáculo pela decisão despótica do então Presidente da Câmara Defensor de Moura, seguida pelo seu sucessor.

A PRÓTOIRO, Federação das Associações Taurinas, esteve directamente envolvida na organização desta corrida que repôs a legalidade e a liberdade em Viana do Castelo e que contou com mais de 2.300 espectadores.

Diogo Costa Monteiro (DCM): Na verdade, a esmagadora maioria do trabalho da PRÓTOIRO é um trabalho de bastidores. Quando chegámos ao mundo dos toiros (eu, o Hélder Milheiro e o José do Carmo Reis somos apenas aficionados) encontrámos um sector com enorme potencial mas completamente desorganizado, sem rumo, sem estratégia, a viver do e no amadorismo. E o facto de a tauromaquia se aguentar mesmo vivendo do e no amadorismo só prova que, efectivamente, trata-se de uma arte e de um espectáculo profundamente enraizados na cultura dos portugueses. Por isso, aquilo que verdadeiramente pretendemos é pensar a Festa a médio e longo prazo, é lançar as fundações para que, dentro de 10 anos, ela esteja mais sólida e mais saudável do que está hoje. Queremos que seja um espectáculo cultural, com verdade, com seriedade, com rentabilidade e com profissionalismo. Somos, possivelmente, o único sector cultural que se pode auto-potenciar e auto-sustentar. Mas ainda estamos muito no início.  (…) Porque a Festa defende-se sobretudo dando-a a conhecer. Uma Festa forte é inatacável. Evidentemente que, para além deste trabalho de bastidores, temos combatido todos os ataques que vão surgindo e que, na maioria das vezes, passam totalmente despercebidos à maioria da aficion. Por exemplo, só este ano já conseguimos refutar e desarmar 4 iniciativas na Assembleia da República que, a serem aprovadas, significariam um rude golpe na Tauromaquia. Foi o caso da Petição para proibir as corridas de toiros, do projecto-lei para alterar o estatuto jurídico dos animais, do projecto-lei para impedir os apoios públicos à tauromaquia e do projecto-lei para proibir as transmissões televisivas de corridas de toiros. Perdoem-me a modéstia mas, se não houvesse PRÓTOIRO, muitos danos teriam já sido causados à Festa.

O que aconteceu em Viana do Castelo foi precisamente aquilo que nós gostaríamos que acontecesse em todo o País. Depois de sermos contactados e termos falado com a afición de Viana, criou-se uma task force monumental de aficionados dispostos a ajudar-nos. Na verdade, se não fossem as gentes de Viana, e em particular o Senhor José Carlos Durães, não tinha havido corrida. As pessoas estavam tão revoltadas com a proibição, que quiseram fazer tudo para ajudar. Foi mesmo gratificante e até emocionante ver o activismo das pessoas e a sua luta pela sua liberdade. Fizemos lá muitos amigos.

T: Qual era a lotação da praça desmontável que foi montada para o efeito? E qual o número de bilhetes vendidos? DCM: A praça está licenciada para 3.200 lugares, colocámos 2.600 à venda e vendemos cerca de 2.300.

DCM: Desde que a Comissão Executiva da PRÓTOIRO tomou posse, em Janeiro de 2012, que tínhamos como objectivo ajudar os vianenses a acabar com a ilegalidade da “cidade anti-touradas” de Portugal. Portanto, o objectivo era esse mesmo. Mostrar que, a partir de agora, não se cometem mais atropelos à Festa Brava em Portugal. Acabaram-se as ditaduras culturais e as censuras à liberdade por parte de Câmaras Municipais. Acabaram-se as jogadas demagógicas por parte de alguns presidentes de Câmara que, enganados pela demagogia e ódio animalista, achavam que podiam proibir um espectáculo que é legal e que move milhões de pessoas em Portugal, censurando a liberdade dos portugueses. Agora já ficaram a saber: quem se armar em ditador cultural e não respeitar a lei e a liberdade dos cidadãos, vai passar pela vergonha de levar um “puxão de orelhas” de um Tribunal, e de ser lembrado à força que Portugal é um estado de direito. Foi o que aconteceu ao lacaio do Senhor Defensor Moura, que andou a semana inteira inchado como um balão esquecendo-se que a menor picadela o esvaziaria. Saiu derrotado e em vergonha. Espero que tenha aprendido e que tenha servido de exemplo para os outros. Se não aprendeu, cá continuaremos até ele aprender.

Salvo duas excepções, não houve absolutamente ninguém que nos colocasse algum entrave. Aliás, posso dizer que as “contratações” para a corrida foram todas feitas pelo telefone e demoraram, em média, 30 segundos. Quem não tinha compromissos já agendados disse imediatamente que sim. Os toiros foram oferecidos e se mais fossem necessários mais teriam sido dados. Sinceramente, ficámos verdadeiramente felizes ao ver esta vontade em colaborar da parte dos agentes da tauromaquia. Porque, e repito, se isto aconteceu foi porque a PRÓTOIRO deu um empurrão, mas depois a vitória foi de todos os que a tornaram possível, e que prontamente se disponibilizaram para ajudar. Temos, de uma vez por todas, de perceber que quando nos mobilizamos e unimos nada nos pode parar. Viana foi o primeiro exemplo, muitos mais se seguirão.

DCM: As associações animalistas são um negócio que vive à custa da ideia de que os animais são iguais as nós e os cãezinhos e os gatinhos e os peixinhos e os tourinhos são todos muitos fofinhos e muitos queridinhos e portanto não se lhes pode fazer dói-dói, nem comê-los, etc. etc. Não é possível explicar isto em 20 linhas, mas é um fenómeno social quase patológico que se prende com a secularização da sociedade e o afastamento da natureza. Hoje em dia não há símbolos nem há causas para lutar. Acabou-se Deus, o comunismo morreu, foi-se a luta pela emancipação da mulher… Onde nos vamos agarrar? Sobram duas causas que, se virmos bem, estão em plena ascensão: a responsabilidade social e o animalismo. Uns ajudam as pessoas, outros os animais. E depois há uns espertos que perceberam isto e que ganham muito dinheiro à conta destas tendências sociais. (…) Veja-se Viana. Estavam lá todos, a Animal, o PAN, o Defensor Moura, e, supostamente, mais 50 associações anti-touradas que representam 50 pessoas. Estavam quando? Às 13 horas. Para quê? Para aparecerem no telejornal. E depois a tropa de choque animalista e radical foi fazer barulho para a porta da praça. Para quê? Também para aparecerem no telejornal – claro que já sem os líderes, pois estes já tinham regressado a casa, que isto de estar 3 horas de pé é uma maçada no meio do pó. (…) Porque tornam-se tão radicais e fundamentalistas que começam, efectivamente, a incomodar quem só quer ser deixado em paz, vivendo a sua liberdade. E quando incomodam as pessoas, estas organizam-se e põem-nos no seu devido lugar(…) O que vai acontecer é que os cabecilhas destas organizações, ao perceberem que são incapazes de ir mais além, vão pôr em prática todo o seu fundamentalismo e radicalismo e vamos começar a ver, como já vemos noutros países, o terrorismo animalista a entrar em força em Portugal. Vamos começar a assistir, cada vez mais, ao extremar de posições e à prática de actos violentos contra pessoas e bens, ao qual se junta a estratégia, que já está a ser seguida, de lançar mentiras e calúnias para a opinião pública para denegrir a imagem da tauromaquia. O último exemplo é afirmarem que a tauromaquia recebe 12 milhões de apoios por ano do estado, o que é uma mentira ridícula, pois todos sabem que não existem apoios estatais à tauromaquia. Mas tudo isso é uma questão de polícia e não de política.

DCM: Sabemos o que vamos ter de enfrentar: ameaças, violências, ofensas. Aliás, já enfrentamos. Há muito dinheiro em jogo do outro lado… Sabemos também que o número dos nossos inimigos varia na proporção do crescimento da nossa importância. Mas acontece o mesmo com o número dos amigos, por isso cá estaremos todos juntos para aguentar essas investidas.

Quanto ao funcionamento da PRÓTOIRO, é muito simples: como qualquer associação de direito privado sem fins lucrativos, a PRÓTOIRO tem uma assembleia-geral. Depois, tem uma Direcção, que é composta pelos Presidentes da APET; APCTL, ANDT, ANGF e Tertúlia Tauromáquica Terceirense. Essa Direcção analisa e aprova a estratégia de actuação da Federação que é proposta e executada pela Comissão Executiva, composta por mim, pelo Hélder Milheiro e pelo José do Carmo Reis.

 Viana do Castelo foi, realmente, um óptimo exemplo em vários aspectos: Existe uma escolha entre ficar parado a dizer mal, ou fazer. Se todos optarem pela segunda hipótese, a Festa vai melhorar e muito. Reparemos bem nisto: nós temos um património gigante para preservar, defender e melhorar. Temos séculos de história que ainda se está a construir. Temos um património cultural imaterial em constante evolução. Temos números, somos reais. Somos milhões. Isto vê-se nos espectáculos realizados, no número de espectadores: cerca de 900 mil. Vê-se no número de festas populares taurinas e na enorme adesão que têm: cerca de 3 milhões de pessoas. Vê-se nos shares das corridas televisionadas: sempre mais de meio milhão de telespectadores. Vê-se e sente-se em todo o lado. O que têm os antis? Nada. Páginas na internet e envio de emails. Mais nada. Não têm património para preservar, são contra, são pela destruição da cultura portuguesa. São “antis”. Por isso são o menor dos nossos males. O nosso verdadeiro desafio é melhorar esta nossa riqueza patrimonial, adaptá-la ao século XXI, torna-la atractiva, dá-la a conhecer. Mas isso só se consegue se nós tivermos a percepção que a Festa é um elemento vivificador comum. Que é uma ocasião em que todos nos unimos em torno de um mesmo objecto – o Toiro – e dessa união, nascem laços de proximidade, de fraternidade, de amizade e, em suma, de comunidade. É precisamente o mesmo que acontece com a língua. É um factor de aproximação e de conforto. Eu tenho de defender a Festa, porque ela faz parte de mim, da minha cultura, mas porque faz também parte da pessoa que está ao meu lado, da liberdade comum. Por isso é que preservar a Festa é muito mais do que preservar o Toiro. É preservar os nossos laços enquanto Povo, o nosso modo de ver o mundo, as nossas histórias, o nosso património cultural e humano. A nossa história. E, sendo um património comum, só será preservado se o for pela comunidade, por todos aqueles em cuja identidade está marcado a fogo o Toiro de Lide. Por isso a mensagem que a PRÓTOIRO quer deixar é esta: a PRÓTOIRO pode ser uma alavanca para essa preservação e melhoramento, pode ser um elemento aglutinador. A verdadeira defesa da Festa só se faz se for feita por todos os aficionados e defensores da liberdade e da cultura, porque a Festa é um património comum a todos. Foram as gentes de Viana que possibilitaram o regresso das touradas à foz do Lima. Terão de ser as gentes de Portugal a preservar um património cultural imaterial que é seu e de mais ninguém. E está visto que, quando os aficionados se unem, a Festa é imbatível. A PRÓTOIRO cá estará para fazer o seu trabalho, pela cultura portuguesa, pela nossa identidade e pela Liberdade. Mas é tempo de agirmos todos! Porque juntos somos mais fortes!  

publicado por Santos Vaz às 12:55

26 de Agosto de 2012

Dr. Manuel Jorge dos Santos – médico veterinário

 

 

  1. A criação do toiro bravo e o espectáculo tauromáquico não só não têm nada de contrário ou incompatível com o ambiente, como antes pelo contrário, são benéficos  para a conservação da natureza e da biodiversidade e da preservação do meio ambiente.
  2. Em relação à vida e bem-estar animal, as corridas de toiros e a tauromaquia em geral não são mais gravosas nem piores que qualquer outra forma de utilização ou aproveitamento dos animais e das suas características ou produtos pelo homem.
  3. A verdadeira defesa do toiro bravo e a conservação da sua raça, com características e virtualidades únicas no reino animal, só se faz defendendo a continuação das corridas de toiros sem as quais não seria possível assegurar a manutenção dos seus efectivos reprodutores.
  4. A criação do toiro bravo exige condições muito especiais, sendo fundamental que ele nasça e cresça em habitats naturais e em regime extensivo, para que possa desenvolver várias características e particularidades indispensáveis à lide, como por exemplo o desenvolvimento da sua musculatura e muitas das suas características psicológicas.
  5. Tanto as lezírias e marismas como os montados e dehesas (de sobro e azinho na sua maioria, mas também de carvalho nalgumas zonas) são, como qualquer ambientalista bem sabe, alguns dos habitats mais importantes para a conservação da natureza e da vida selvagem;
  6. Muitas das zonas integradas na Rede Natura 2000 (Rede europeia de espaços importantes para a natureza) e até alguns Parques Naturais, se sobreponham às zonas tradicionais de criação do toiro bravo, tanto em Portugal como em Espanha e França. Há muito tempo que essas zonas se teriam alterado e degradado, tanto do ponto de vista ambiental como paisagístico, se não fosse pela utilização que têm sido sujeitas para a criação do toiro de lide. (…) Não podem restar  dúvidas da existência de uma relação positiva entre a ganadaria brava e a conservação dos habitats prioritários e biodiversidade. 

 

in Novo Burladero

publicado por Santos Vaz às 19:59

20 de Agosto de 2012

A noite de 18 de Julho de 2012 ficará marcada na história da Monumental povoense. Conjugação de múltiplos factores, foi uma noite plena de arte, beleza e emoção que ficará gravada na memória de todos os aficionados que se deslocaram à capital nortenha da tauromaquia. Uma corrida de Gala à Antiga Portuguesa, evocação das corridas reais do século XVIII, a homenagem a uma das referências vivas do toureio equestre, patriarca de uma notável dinastia toureira, e inúmeros momentos de bom toureio tornaram a última corrida da temporada povoense um marco na temporada. Mais do que os rituais, a emoção, o perigo e a coragem de o enfrentar, são as atitudes dos homens que a interpretam que tornam a Festa um espectáculo único, Mestre David é por isso um exemplo e por isso foi justa e merecida a homenagem da afición nortenha.

Rodeado por alguns dos netos, Mestre David Ribeiro Telles pisou novamente a arena da Póvoa, onde toureara pela primeira vez há mais de meio século, para ser homenageado por diversas entidades do concelho, agradecendo com notável humildade as homenagens mas sobretudo ao público que o viu “bem e mal” e que sempre o acarinhou.

A noite foi de festa em torno dos Telles. Curro com a divisa de David Ribeiro Telles para ser toureado por seus filhos João Ribeiro Telles, em substituição de seu filho ausente por doença, António Ribeiro Telles e pelo neto Manuel Telles Bastos. Forcados Amadores de Coruche e Alenquer. Praticamente três quartos das bancadas da monumental povoense preenchidas.

João Ribeiro Telles mostrou o desembaraço que sempre o caracterizou e que os anos aprimoraram, sem nunca se notasse a ausência das arenas. Uma lide ligada, vibrante sem tempos mortos em que se notava um cavaleiro a disfrutar, divertindo e divertindo-se. Uma lide que permitiu recordar com saudade as inúmeras tardes em que João marcava a diferença nas arenas.

António Ribeiro Telles teve um início de lide complicada. Tocou-lhe um toiro que aparentava alguns problemas de visão e que não se interessava minimamente pelo cavalo. António deu-lhe a volta, como dá a quase todos e terminou a lide com uma boa série de curtos, em especial o terceiro e quarto. António Ribeiro Telles lida primorosamente e tem a notável capacidade de descobrir forma de “inventar” triunfos com toiros que aparentemente nada permitiam. Teve mais sorte com o seu segundo toiro. Cravou-lhe o melhor ferro da noite, o terceiro curto. Brindou-o a seu pai: “à sua saúde”. Colocou o toiro, levando-o calmamente na garupa do cavalo, mudou-lhe os terrenos virando-o para a crença natural, onde o hastado começava a procurar refúgio, recriou-se no cite, partiu recto e cravou em reunião cingida, de alto a baixo junto ao estribo.

Manuel Telles Bastos teve um início de noite atribulado. O primeiro toiro do seu lote lesionou-se e foi recolhido, por ordem do director de corrida, após o primeiro comprido. Lidou o que lhe tocaria em sorte para terminar a noite e mostrou-se em bom plano. Aprimorou-se nos ferros curtos, com momentos de alta nota, terminando a lide com o seu melhor ferro. Acabou por lidar o que tocaria a seu tio João e com a Rosa, égua também ela com o ferro da casa, desenhou uma lide longa, mas agradável e repleta de bons ferros.

Se as lides a duo não costumam ser pródigas em bons momentos de toureio, sendo felizmente pouco frequentes. Os cavaleiros da Torrinha sempre tiveram uma forma muito particular de interpretar esta modalidade de lide. A grande empatia e ligação dos irmãos Telles permitiu inúmeros triunfos e inesquecíveis momentos em lides a duo, sendo marcos importantes nas carreiras de António e João Ribeiro Telles. Em noite de homenagem a seu pai, não podia faltar uma lide a duo, por isso foi oferecida ao público a lide do sobrero. Entraram para os compridos António e João, após a troca de montadas saíram António e Manuel aos quais se juntou de novo João Ribeiro Telles, terminando os três cavaleiros em praça, lidando como sempre, de forma vibrante e ligada sucedendo-se os ferros alternados entre os cavaleiros. Final em apoteose.

Pegaram de forma eficiente e valorosa os homens das jaquetas de ramagens, destacando-se a primeira pega do grupo de Coruche e a pega dos amadores de Alenquer ao segundo toiro de António Ribeiro Telles.

 

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publicado por Santos Vaz às 13:31

19 de Agosto de 2012

O principal facto desta crónica é a possibilidade de ela ser escrita, o simples facto de ser novamente possível, relatar o que se passou numa arena de Viana do Castelo.

De novo houve uma corrida de toiros na “Princesa do Lima”, foi reposta a justiça e terminada a censura arrogante de um executivo que em vez de trabalhar pela união de todos os vianenses, esforçou-se para os dividir, em vez de tentar atrair turistas e visitantes, considerou que não eram bem-vindos aqueles que, vindo por bem, vinham para continuar tradição e celebrar as Festas da Sr.ª D’Agonia como sempre foram celebradas: com folclore, dança, música, fogo-de-artifício e toiros. Aqueles que vinham a Viana por Viana e pela sua história. Uma história da qual faz parte a tauromaquia e que não pode ser apagada, por muito que desejem caciques e censores.

Antes e depois da corrida os aficionados foram insultados, intimidados e agredidos. Souberam responder com elevação, com a superioridade de quem tem a razão e suportaram as indecentes manifestações promovidas pelos actuais e ex-autarcas de Viana. Mostraram que a civilidade que os “anti” apregoam está do lado de quem respeita a opinião dos outros, por muito que dela discorde.

Graças à PRÓTOIRO cinco cavaleiros e um matador cumpriram a tradição. Lidaram-se seis novilhos oferecidos pelos ganaderos, brindados ao povo, à liberdade, à cultura e, até mesmo, a Defensor Moura, dando-lhe a honra que não merece e que nunca poderá compreender.

No fim tocou-se o hino, cantou-se “A Portuguesa” em uníssono, pois foi por Portugal e pelos portugueses que se lutou pela liberdade em Viana do Castelo.

Sob o lema de “Defendo a Minha Cultura, Liberdade e Identidade” organizou a Prótoiro uma corrida em praça desmontável instalada na veiga da Areosa, concelho de Viana do Castelo. Praça cheia de aficionado público vianense, no regresso da liberdade cultural a esta cidade.

António Ribeiro Telles lidou de forma inspirada o exemplar da ganadaria Palha, um novilho mansote ao qual o cavaleiro da Torrinha deu uma lide correcta e valorosa. Cravou três compridos no Xairel para depois prosseguir a lide com uma boa série de curtos. Terminou com dois ferros de palmo, o último junto a tábuas, em terrenos muito apertados, que fez levantar as bancadas.

A Luís Rouxinol tocou o melhor novilho da tarde, um jabonero que ostentava o ferro de Canas Vigouroux. Fez jus ao bom momento que atravessa e aproveitou as boas investidas do oponente. Começou com um grande ferro de praça-a-praça, reunindo no centro da arena, e terminou com o costumeiro par de bandarilhas que entusiasmou as repletas bancadas. Pelo meio ficaram diversos bons ferros, salientando-se o palmo que antecedeu o par.

Pedro Salvador andou desacertado no início da lide do de Falé Filipe, mas desforrou-se nos ferros curtos, com cites vistosos e bons ferros a quiebro rematados com piruetas na cara do toiro.

  Sérgio Santos, “Parrita” não foi feliz na lide do seu novilho, o de S. Torcato, que, não sendo fácil, permitia mais. O público vianense, pouco habituado ao toureio a pé, acarinhou o matador, mas Parrita acusou a pouca rodagem e, para além de uma série por derechazos, passou sem história por Viana.

Duarte Pinto esteve bem na lide do “passanha”, pena que este não tivesse uma investida mais pronta pois teriam tido outro impacto os curtos cravados de frente e com valor. Foram de nota superior o quarto e o quinto que finalizou a lide.

Tiago Carreiras andou desacertado, falhando ferros e deixando os restantes dispersos. Carreiras é comunicativo, tem valor e arrima-se com os erros. Terminou, por isso, em melhor nível, com o público entusiasmado.

Muito bem estiveram os Forcados Amadores das Caldas da Rainha, pegando quatro dos cinco toiros à primeira tentativa. Grande pega a de Francisco Rebelo de Andrade ao segundo da tarde, suportou fortes derrotes e viajou sozinho, sempre fechado à barbela.

Obrigado Prótoiro, para o ano “Havemos de voltar a Viana”.

 

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publicado por Santos Vaz às 23:11

13 de Agosto de 2012

Ponte de Lima é uma vila minhota onde se vive uma especial aficion ao toiro e ao cavalo. Todos os anos, na véspera do Corpo de Deus, as ruas enchem-se com milhares de visitantes que assistem e vibram com a tradicional e única ”Vaca das Cordas” e a sua Feira do Cavalo já se tornou, indiscutivelmente, um dos maiores certames nacionais dedicados ao cavalo.

Este Domingo os limianos deram mais uma prova da sua afición e esgotaram a praça de toiros, obrigando à colocação do tão ansiado aviso de “Não há bilhetes”. O cartel foi composto Ana Baptista, António Maria Brito Paes e o praticante David Oliveira que defrontaram seis novilhos de António Reis, ganadaria que se entrou em Ponte de Lima. Para os pegar apresentaram-se em solitário os Forcados de Santarém, capitaneados por Diogo Sepúlveda.

Com Viana aqui tão perto, a “enchente” de Ponte de Lima foi a melhor resposta à feliz decisão do tribunal administrativo de Braga que, numa feliz e aguardada decisão, permitiu a realização de uma corrida no Domingo das Festas da Sr.ª da Agonia, repondo a tradição secular. Aliás, foi com uma grande ovação que o público respondeu quando foi anunciado que Viana voltará a ter toiros. Como ficou demonstrado o povo do Alto Minho é aficionado e só a prepotência de alguns caciques o pode tentar negar.

David Oliveira apresentou-se em Ponte de Lima com vontade de não denotar a sua condição de praticante e esteve à altura do desafio. Seguro e ganas de triunfar lidou correctamente o seu primeiro, num estilo clássico mas sem perder a ligação com o toiro. Abusou um pouco da velocidade e nem sempre partiu recto para o toiro, mas são foram apenas pormenores numa lide conseguida. O último “reis” da tarde obrigou-o a mostrar ofício. Distraído, nunca se fixou no cavalo e cede descaiu para tábuas, mais interessado com o que se passava na trincheira do que em defrontar o seu oponente.  David, porfiou mas deu-lhe a voltou, resolveu com rapidez as dificuldades do hastado e terminou, como já havia feito no seu primeiro, com um muito aplaudido violino.

O primeiro toiro da tarde criou muitas dificuldades a Ana Baptista. Mansote, não respondia aos cites e faltava nas reuniões, obrigando a cavaleira a pisar-lhe os terrenos para conseguir cravar três ferros curtos. Terminou com um violino que não ficou no toiro e devia ter sido repetido. Em vez disso perdeu-se em exibir os dotes do cavalo, bem longe do toiro, algo que repetiu no segundo do seu lote. É bonito, e infelizmente raro, ver os cavalos bem arranjados e executando exercícios de alta-escola, mas essa exibição tem momentos próprios numa corrida. Os dotes de equitação de cavalo e cavaleiro devem ser executados nas cortesias, no cite e nos remates das sortes. Não longe do toiro, com este fixado pelo bandarilheiro. Ainda que o público goste e aplauda, Ana Baptista tem argumentos para mais e não precisa disso para triunfar. Melhor no segundo toiro, com dois bons curtos e finalizando com dois violinos, destacando-se o que finalizou a lide.

Brito Paes foi o claro triunfador da tarde. Bem montado, seguro e com recursos lidou os dois toiros de forma séria, sabendo tirar partido do melhor de cada toiro. No seu primeiro toiro, brindado aos medalhados olímpicos representados pelo pai e treinador do limiano Fernando Pimenta, aproveitou a investida franca do “reis” para entusiasmar o público com a brega, ladeando e levando o toiro colado à garupa do cavalo para o colocar em sorte. Executou duas boas lides que primaram pela brega, pelos cites correctos e bonitos e pela rectidão das viagens, terminaram ambas com dois bons ferros de “palmo” e com o público reconhecido.

Os Forcados de Santarém encerrara-se em solitário com os novilhos de “António Reis” e não deixaram os créditos por mãos alheias. À excepção do quarto, todos os “reis” foram pegados à primeira tentativa.

Parabéns ao Centro Equestre do Vale do Lima e à empresa “Toiros & Cultura” pelo sucesso que foi a organização desta corrida que marcou o regresso dos toiros ao Alto-Minho. 

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publicado por Santos Vaz às 09:43

12 de Agosto de 2012

Tribunal autoriza montagem de praça de touros

 

O Tribunal Administrativo de Braga autorizou a montagem de uma praça de touros, amovível, em Areosa, concelho de Viana do Castelo, para uma corrida a realizar a 19 de agosto, após a recusa do município, anunciou a Prótoiro.

A Prótoiro - Federação Portuguesa das Associações Taurinas interpôs uma providência cautelar, depois de, na terça-feira, a Câmara Municipal de Viana do Castelo ter recusado um pedido de instalação da praça de touros em terrenos municipais, em Areosa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da comissão executiva da Prótoiro, Diogo Costa Monteiro, disse que o tribunal "entendeu que estaria em perigo o exercício de um direito cultural", pelo que "autorizou a instalação da praça".

A realização da corrida, adiantou, já tinha sido autorizada na semana passada pela Inspeção-Geral das Atividades Culturais.

A Lusa procurou, sem sucesso até ao momento, confrontar o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, com a deliberação, que, para a Federação Portuguesa das Associações Taurinas, "vem pôr termo à prepotência e à ilegalidade das decisões camarárias no que às touradas diz respeito".

A Câmara de Viana do Castelo, que aboliu as corridas de touros em 2009, indeferiu o pedido da Prótoiro, alegando falta de condições, do ponto de vista do ordenamento do território, do local escolhido pelos promotores do espetáculo, já que o terreno "está em Rede Natura, Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional".

Face à declaração "antitouradas", em defesa dos direitos dos animais, e à compra da antiga Praça de Touros de Viana do Castelo pelo município, também em 2009, não se realizam espetáculos tauromáquicos no concelho há três anos.

 

in http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2715119&seccao=Norte&page=-1

publicado por Santos Vaz às 08:08

11 de Agosto de 2012
Prótoiro - Federação Portuguesa das Associações Taurinas requereu à Câmara Municipal de Viana do Castelo autorização para instalar no município uma praça de touros com vista a aí realizar um espectáculo no dia 19 de Agosto.

A Câmara Municipal, que se declarou "cidade anti-touradas" em 2009, socorreu-se de argumentos infundados para indeferir o pedido da Prótoiro, o que fez na terça-feira tendo, inclusivamente, divulgado amplamente pela comunicação social essa recusa.

Prótoiro, ciente das ilegalidades cometidas pela Câmara de Viana do Castelo durante todo o processo de licenciamento da praça e, em particular, da declaração dessa Câmara como "cidade anti-touradas", recorreu a Tribunal para salvaguardar os seus direitos e para defender a Liberdade dos milhões de portugueses que gostam de touradas.

O Tribunal deferiu hoje a providência cautelar requerida pela Prótoiro e, consequentemente, autorizou a instalação da praça de touros em Viana do Castelo para aí se realizar uma corrida de touros.

Esta decisão vem pôr termo à prepotência e à ilegalidade das decisões camarárias no que às touradas diz respeito.

É o fim da censura cultural em Viana do Castelo e o regresso do respeito e da Liberdade.

Em conclusão: no dia 19 de Agosto, havemos de ir a Viana!


Prótoiro

- Federação Portuguesa das Associações Taurinas
publicado por Santos Vaz às 09:26

09 de Agosto de 2012

Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo

 

Foi com profunda tristeza e mesmo com indignação que tive conhecimento da proibição da realização de uma corrida de toiros em praça desmontável no próximo dia 19 de Agosto.

A tauromaquia faz parte da história de Viana do Castelo e a história não se apaga por mera vontade de qualquer edil de efémera passagem pela gestão do concelho. Foi por isso que me revoltou a anti-democrática e ilegal decisão do seu antecessor de proibir as corridas de toiros nesta cidade e é por isso que, com profunda tristeza, vejo V. Ex.ca persistir no mesmo erro.

Entende este executivo que as corridas de toiros não se enquadram numa cidade saudável. Pois eu entendo o conceito de cidade saudável nos seus diferentes níveis: no físico, no ambiental e no intelectual. Na minha modesta opinião, o que não se enquadra numa cidade saudável é a intolerância e a limitação à liberdade. Não pode ser saudável uma cidade que não respeita as diferentes opiniões, que julga poder determinar por decreto aquilo que se deve e não deve gostar, uma cidade cujos representantes, ainda que indirectamente, insultam os seus representados desconsiderando-os simplesmente por apreciarem determinado espectáculo. O que levanta outra questão: Qual é a consideração que vossa excelência tem pelos vianenses que apreciam corridas de toiros? Considera-os por ventura, cidadãos de segunda, por apreciarem este espectáculo no vosso entender retrógrado e bárbaro. Calculo que sim, ainda que não o assuma. E quanto aos visitantes aficionados? Prescinde V. Ex.ca do dinheiro trazido à cidade por estes visitantes. Considerou o desastre que seria um hipotético boicote dos aficionados portugueses a Viana do Castelo. A quebra de receitas que representaria se uma parte dos aficionados portugueses decidisse não voltar a uma cidade que não os respeita e não os considera dignos de uma “cidade saudável”. Seria um exercício interessante.

A tauromaquia é um espectáculo legal e, por isso, as decisões dos autarcas vianenses são um atentando à liberdade, para além da já referida profunda falta de respeito. Uma atitude que mancha a história de uma cidade e que mancha os seus representantes e o partido pelo qual foram eleitos, um partido criado para lutar pela liberdade.

Não vivo em Viana, mas sou descendentes de Vianenses, alguns deles ainda vivem nesta linda cidade e desloco-me frequentemente à cidade por motivos pessoais e profissionais. Cada vez que o faço sinto uma profunda mágoa por ver ao abandono a praça de toiros, em processo de degradação, vítima de uma decisão populista, inconsequente, demagógica e anti-democrática. Uma praça onde as três gerações que me antecederam assistiram a corridas de toiros, onde eu pude apreciar tantos e tão bons momentos de toureio, mas onde os meus filhos não poderão usufruir do mesmo espectáculo, porque um qualquer autarca do qual dentro de uns anos nem o nome lembraremos, decidiu que devia legislar sobre o que os cidadão deviam ou não deviam gostar. Por menos se deram revoluções.

Mas pior que a degradação material é a degradação da memória, a tentativa de fazer esquecer uma história e um património imaterial. Pior do que isso é a limitação da liberdade, é a falta de respeito e a intolerância. Essa é a verdadeira mancha da cidade de Viana.

 

Com os melhores cumprimentos,

 

Pedro Santos Vaz

publicado por Santos Vaz às 17:18

06 de Agosto de 2012
publicado por Santos Vaz às 19:41

05 de Agosto de 2012

MANUEL CASIMIRO DE ALMEIDA é outro filho de S. Pedro do Sul. Nasceu no Bairro da Ponte, em 1854. Concluída a escola primária, cursou o Liceu, em Viseu. Aos 18 anos, partiu para o Brasil, para se dedicar ao comércio, mas a permanência foi curta. Em 1880, fixou residência em Viseu, onde casou. Pelo seu dinamismo e poder de iniciativa, em breve se tornava figura de relevo 

na sociedade viseense. Fundou a Corporação de Bombeiros Voluntário de que assumiu o comando, até ser nomeado Inspector dos Serviços de Incêndios. Pelos serviços prestados à causa dos Bombeiros, recebeu vários louvores e condecorações. Dedicou-se a variadas obras de solidariedade social e desempenhou cargos directivos em várias instituições viseenses. Como industrial, foi proprietário do "Hotel Portugal", ao tempo uma das boas unidades hoteleiras do País.
Toureou, como amador, ao lado de Carlos Relvas, que, impressionado com a sua arte, o incitou a enveredar pela carreira profissional na tauromaquia. Obteve grandes êxitos, em praças portuguesas e estrangeiras, nomeadamente na corrida realizada em 1906, pelo casamento do rei Afonso XIII, em Madrid, onde toureou ao lado de seu filho José. Toureou também no Brasil e em França.

Na sua terra natal, onde começou como amador, toureou também como profissional, aquando da estada da última rainha de Portugal. Deixemos ao cronista o relato de uma dessas touradas:
"Eram 5 horas precisas quando S. M. com seus encantadores filhos, as sr.as condessa do Seisal e D. Izabel Pontes, e os srs. conde da Ribeira Grande, e Dr. Barros da Fonseca, governador civil e secretario geral d'este districto occuparam a tribuna real. Esta estava luxuosamente adornada com colgaduras de damasco e seda, de subido valor tendo no tôpo uma corôa real bem contornada e trabalhada em madeira domada, e com pavilhão real içado, (...) Nos camarotes contigos a élite da nossa sociedade, da de Vizeu, e outros pontos as autoridades, e muitos outros cavalheiros de distincção.

A praça (...) estava apinhadissima. As toilettes das damas davam á praça um aspecto simplesmente bello. Estavam mais de 4:000 pessoas, e maior numero seria se fosse possivel comportar mais. (...)
O espectaculo correu bem. Manoel Casimiro foi felicissimo, correcto e artista. O primeiro touro que lidou era muito conhecedor. Não correspondia aos cites e o cavalleiro só poude enfeita-lo com um ferro á estribeira. O outro que lhe competiu (o quarto) prestou-se á lide, e metteu-lhe um ferro em sorte de gaiola, um excellentemente posto á tira, outro á garupa e um bello par de ferros curtos. Manoel Casimiro foi muito victoriado e chamado á arena"42.

Em Viseu, brilhou também nas touradas em honra da Rainha.

A sua brilhante carreira de cavaleiro tauromáquico terminou em 28 de Agosto de 1921, na praça de Espinho, onde toureou pela última vez.
Monárquico convicto, envolveu-se em lutas políticas, nomeadamente na tentativa de restauração da monarquia em Viseu e outras terras da Beira, em 1919, o que lhe custou alguns dissabores. Morreu em 1925.

Na praça de touros do Campo Pequeno, uma lápida com medalhão de bronze perpetua a memória do brilhante cavaleiro tauromáquico sampedrense, iniciador de uma dinastia de artistas, que inclui a viseense Mirita Casimiro, seu filho José e seus netos, Manuel e José Casimiro Júnior, todos toureiros equestres.



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publicado por Santos Vaz às 08:27

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