13 de Novembro de 2009

Frederico de Fritas / Júlio Dantas


Meia azul e bota alta
A reinar com toda a malta
É o rei das traquitanas, o Timpanas
O Pinóia na boleia
De chapéu á patuleia
Faz juntar o mulherio, no Rossio

Quando levas bailarinas, do teatro ao Lumiar
Bailo eu e baila a Sé, e as pilecas a bailar

O bolieiro de Lisboa
Não é lá qualquer pessoa
Que as pilecas dão nas vistas, são fadistas
São cavalos de alta escola
O das varas toca viola
E o da sela que é malhado, bate o fado

Quando bato p’rás marmotas, roda acima, roda abaixo
Eu dou vinho aos meus cavalos, mas sou eu que vou borracho

Já andei por tanta espera, já levei tanto buléu
Já conheço tantos bois, que lhes tiro o meu chapéu

publicado por Santos Vaz às 08:40

27 de Setembro de 2009

 

Calça justa bem 'sticada
Já manchada p'lo selim,
Polainas afiveladas.
Antigamente era assim;
Mantas de cor nas boleias (ai)
P´ras toiradas e pr'a ceias.


De milorde aguisalhada,
À cabeça da manada
Trote largo e para a frente,
Com os seus cavalos baios,
As pilecas eram raios
Fidalgos iam co'a gente.

E p'la ponte de Tornada
Por lá é que era o caminho
Bem conduzindo a manada
A passo, devagarinho,
E quem mandava o campino (ai)
Era o mestre Victorino.


Praça cheia, toca o hino
É dos Gamas, gado matreiro
Victor Morais, o campino,
Anadia, o cavaleiro
Que sortes tão bem mandadas
Haviam nessas toiradas.

Nos tempos que não vivi
Findavam as brincadeiras
Nas barracas do Levi
Com dois tintos das Gaeiras
Entre cartazes, letreiros
Com toiros, cavaleiros

publicado por Santos Vaz às 08:23

13 de Setembro de 2009

Fado da lezíria

Ary dos Santos / Tó Zé Brito
Repertório de Carlos do Carmo

Mar Ribatejo maré cheia

O meu cavalo deslumbrou-se
E galopando pela areia

Bebeu o mar salgado e doce

É na lezíria que nos cheira

A maré viva dos esteiros
Água chorada a vida inteira

Dos homens que foram pioneiros

Tira o barrete pôe o colete
De homem para homem enfrenta o toiro
Ensina o verde ao teu ginete
Que o verde é esperança, que o verde é oiro
Tira o barrete, pôe o colete
Pega de caras o teu destino
Tira do verde todo o verdete
Homem inteiro, verde campino

Luz numa praça de aventura

Luzes no traje de um toureiro
Garcia Lorca que procura

Ver numa arena o seu tinteiro

Mudando de passos e faenas

E de lugares de sombra e sol
Os dois sectores que há nos poemas

Vivos na prosa de Redol

publicado por Santos Vaz às 18:54

 

A última tourada real em Salvaterra

Maria Manuel Cid / Casimiro Ramos *fado freira
Repertório de Rodrigo

Conta-nos a tradição
Que em tempos que já lá vão
O Pombal, em franca guerra;
Acabou p’ra nunca mais
Com as touradas reais
Em praças de Salvaterra

Toureava nesse dia

Ante nobre fidalguia
O jovem Conde dos Arcos
Cujo sangue valoroso

Por capricho desditoso
Na arena ficava em charcos

De Marialva, o Marquês
Olha o touro que desfez

O seu filho tão amado
E diz a El-rei, com fervor
Eu vos juro meu senhor

O Conde será vingado

El-rei nega por temor;
Mas desvairado p’la dor

O Marquês saltou p’ra praça
E vinga com decisão

Pela sua própria mão
O sangue da sua raça

Então El-rei, que chorava
Ao ministro que aguardava

Disse: Marquês de Pombal
Jamais, fica ordenado
Haverá no meu reinado

Outra tourada real

publicado por Santos Vaz às 09:37

12 de Setembro de 2009

 

Fado marialva

Fernando Santos / Jaime Mendes
Rpertório de Francisco Martinho

Portugal desde menino

Foi cavaleiro e campino
Deu cartas como calção
A cavalo, venceu moiros

A cavalo lidou toiros
Foi destemido e pimpão
A nossa história foi toda de lés a lés
Uma vitória do ginete português

Eu cá p'ra mim, não há, oh não
Maior prazer do que o selim e a mulher
Rédeas na mão, sorrir, amar
Trotar, esquecer e digam lá se isto é descer

Rapaziada de agora

Voltem á bota e á espora
Com orgulho e altivez
Deixem as coisas modernas

Arranjem força nas pernas

Trotar é que é português
Quem anda a trote em cima dum bom alter
Leva no bote a mais difícil mulher

Fonte: fadosdofado.blogspot.com

publicado por Santos Vaz às 23:15

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